terça-feira, 15 de agosto de 2017

CRIANÇAS WI-FI



Nem sempre os pais encontram tempo para ler esses textos sobre a educação dos filhos, o que é uma pena. Se você tem crianças na família, deve colaborar multiplicando o que lê e o que aprende, pois educar é uma forma muito concreta de amor.
Os psiquiatras e psicólogos infantis andam preocupados com a rotina das famílias em nossos dias e com os incontáveis malefícios advindos das mesmas. Dizem que, não raro, à noite – único momento que as famílias têm para confraternizar, conversar, ficar juntas, geralmente o pai fica no computador, a mãe no tablet e a criança no celular, quando não estão em mais de um aparelho eletrônico ao mesmo tempo, muitas vezes mandando mensagens uns para os outros. Com isso, as crianças estão ficando muito sozinhas, sem supervisão, sem mediação nas coisas que assistem na TV, sem o hábito saudável das conversas familiares, onde aprendiam até mais do que na escola, pois aprendiam a Vida.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças de zero a dois anos não deveriam ter contato com essas tecnologias. De três a cinco anos podem ter apenas uma hora de exposição diária e dos seis aos dezoito anos o máximo é de duas horas diárias. Portanto, não se trata de retrocesso, mas de adaptação dos avanços tecnológicos à saúde das crianças como um todo e, principalmente, a uma real qualidade de vida.
É muito triste ver uma criança querendo contar seu dia na escola a um pai e uma mãe de olho no celular, nas redes sociais, ou nos joguinhos. É de chorar!
Quando são mais crescidos, as redes sociais podem ser um perigo enorme, caso não sejam monitoradas pelos pais. As crianças devem entender que a rede social é como uma rua enorme, cheia de perigos e que, nela, a criança e o jovem tem que tomar muito cuidado, pois não estará protegido como dentro de casa.
As tecnologias devem vir ao encontro das pessoas para melhorar, para facilitar sua vida. Consultar museus, bibliotecas virtuais, conquistas científicas, preferencialmente junto com os pais é um uso adequado, desde que não exceda o tempo de exposição para cada faixa etária. Um bom jogo com peças reais, para montar e brincar, será sempre mais benéfico para todos do que a prisão diante de um monitor, com luz inadequada, letras e imagens pequenas forçando os olhos e uma linguagem abreviada que só faz piorar as notas em Português.
É muito mais fácil prevenir do que remediar! Tem que ler para as crianças na hora de dormir e não entregar um tablet para ela ficar quieta.
Tem que sentar para fazer as tarefas escolares auxiliando os filhos, bem longe do celular!
Tem que desligar todos esses aparelhos para ouvir suas crianças, para prestar atenção nelas, para ensinar, para orientar, para abraçar e beijar, senão, não vai adiantar reclamar quando elas passarem noite e dia conectadas e não derem mais a menor bola para os pais.
Faz parte do papel dos pais cuidar, proteger e monitorar. Existe uma confusão com relação à hierarquia dos papéis. As famílias devem ter regras e essas regras precisam ser observadas. Dizer não, muitas vezes, é até mais importante do que dizer sim. Os pais precisam estabelecer limites, explicando as razões das proibições, pois compete a eles orientar e proteger os filhos.
Pode ser bonitinho uma criança pequena que já sabe manejar um aparelho eletrônico. Mas não é nada bonito criar uma dependência precoce nela, ou deixar de desenvolver hábitos muito mais saudáveis e adequados à idade.
Ajude as crianças da sua família, seus alunos, seus vizinhos, conversando sobre essa prejudicial dependência dos adultos jovens aos aparelhos eletrônicos e sua influência nefasta na educação e na saúde das gerações futuras.
É uma atitude que vale a pena!


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