quarta-feira, 19 de julho de 2017

QUERO SER VOVÓ!



                           Graças ao bom Deus, já tenho quatro netinhos lindos!
Só que recém agora consegui ser "vovó" deles. Fui, durante muito tempo, mais mãe-vó, vó-babá, super nanny, coisas do gênero.
                          Para o mais velho (já com catorze anos), além do carinho extremo, exerci o papel de educadora. Vivia corrigindo, ensinando, preparando para a vida, mostrando o lado melhor e mais certo de fazer as coisas, ale, das aulas de português e das matérias de memorização.
                          Para a primeira neta (agora com nove anos) fui uma mistura de mãe e avó, pois cuidei dela dez horas por dia, todos os dias, desde que acabou a licença-maternidade de sua mãe.
                          Para as duas menores sou a vovó dos dias em que os plantões dos pais chocam o horário, ou estão doentinhas e não vão para a escolinha. Sendo de que da maiorzinha cuidei durante todo o primeiro ano de vida.
                         Reflexiva como sou, fico conjeturando porque o papel dos avós anda assim meio misturado com o dos pais. A resposta não é difícil de encontrar: pai e mãe trabalhando o dia todo para conseguirem ter um padrão razoável de vida. Claro que existem as escolinhas, as creches onde as crianças passam os dias inteiros, junto a outras crianças em igual situação. Brincar com outras crianças é saudável e necessário, só que não deveria ser a rotina maior do dia. Bom mesmo era ficar na sua casa, com a sua mãe ou com uma boa empregada. Dormir na sua cama, brincar com seu cachorrinho, lanchar o que gosta na hora que tem vontade, enfim, coisas que eram comuns a todas as crianças e que hoje pertencem a um passado difícil de ser reeditado.
                          Aos avós cabia, no máximo, supervisionar as empregadas para que tratassem bem das crianças e não comessem o lanche delas. Tricotar, brincar um pouco durante as visitas, cozinhar suas preferências, bater palmas nas festinhas do colégio, carregar a carteira cheia de fotos dos netinhos para mostrar aos amigos.
                         Claro que todas as casas tinham um pátio ensolarado, quintal com árvores frutíferas, jardim cheio de flores e borboletas (raridade hoje em dia).
                         Nos dias atuais, as crianças precisariam ficar o dia inteiro trancadas num apartamento cheio de grades, assistindo programas nem sempre educativos na televisão, jogando videogame ou no computador, com acesso irrestrito a tudo o que quisesse ver.  Nesse caso, a escola o dia inteiro ainda se torna uma melhor opção.
                          Os primeiros mestres - DE TUDO - são os pais. Dos valores mais simples, como a honestidade e a justiça, aos preceitos religiosos, cabe aos pais apresentá-los aos filhos, moldando seu caráter e garantindo uma vida com muito mais sentido.
Infelizmente, não é isso que se vê hoje. Os pais parecem muito mais envolvidos com o capitalismo, com os bens, com o prazer imediato do que com a formação moral dos filhos.
                          Para não se incomodarem, enchem as crianças de brinquedos descartáveis, de lanches artificiais, refrigerantes, salgadinhos e chocolates, sem se darem ao trabalho de ensiná-los a comer comidas saudáveis e seguirem uma rotina de sono, alimentação e lazer.
                        Os filhos são os donos da casa e da rotina dos pais, exigindo (aos gritos às vezes) a satisfação de todas as suas vontades.
                       Realmente, educar dá trabalho!
                       Por isso, só os casais realmente preparados e dispostos a cumprir esta verdadeira missão de pais é que deveriam ter filhos.
                       Caso contrário, os avós não poderão exercer seu verdadeiro papel, tentando suprir carências e lacunas de uma função que não é mais sua, ou não deveria ser.



Nenhum comentário: