quarta-feira, 24 de maio de 2017

UM LIMITE TÊNUE



                         Sempre fui adepta do politicamente correto, do respeito mútuo, de medir as palavras, fazendo sempre prevalecer o bom senso e evitando atritos. Fui educada assim. Em casa e na escola aprendíamos que a nossa liberdade termina quando começa a do outro.
                         Pois bem, acontece que hoje estamos em desvantagem, somos atropelados por uma geração que diz o que quer, ofende, usa e abusa do “escárnio e maldizer” dos trovadores antigos. E ficamos calados, engolimos a raiva, sufocamos as respostas, tudo em nome de um polimento em desuso, descontextualizado e, pior, nada valorizado.
                         Nas amizades virtuais, oriundas das redes sociais, nem sempre existem afinidades verdadeiras e somos apresentados a pessoas, através da rede de amigos, que dificilmente fariam parte do nosso círculo de amizades real, pois não dariam certo junto.
Por tudo isso, vivemos num limbo perigoso, cuidando para não escorregar para lado algum, obrigados a ver fotos que nos desagradam profundamente, a ler comentários que nos revoltam e a silenciar diante de coisas as quais reprovamos com veemência.
                        Não vejo ninguém criticar negros, nem poderia, pois só mesmo a criação das tais as “cotas” vieram acirrar uma diferença racial totalmente superada.
                         Nunca li nenhum tipo de agressão aos gays. Pelo contrário, eles usam e abusam das redes sociais, publicando todo tipo de desafio e até algumas inconveniências e todo mundo fica quietinho, não diz nada, se faz de morto para não entrar em polêmica. Tudo o que é para ser feito entre quatro paredes e que não diz respeito a ninguém é esfregado na nossa cara, esperando provocar alguma reação para poderem gritar que somos homofóbicos.
                          Respeitamos todas as religiões, não se vê ofensas a nenhum líder de igreja alguma e, quando nosso maior representante chega ao país, só sorrisos, só amor, de coração aberto, precisamos aguentar toda sorte de impropérios, calados como sempre, em nome de uma educação em desuso e de uma conveniência inexistente.
                          Na política é um pouco diferente. Só há dois lados, um a favor do Governo e outro contra e, nesse assunto, muitos já começam a se rebelar e a manifestar suas opiniões, Claro que causando profundas discordâncias, algumas ironias e até ofensas trocadas.
                          O limite entre a sinceridade e a falta de educação é muito tênue. Não se pode dizer tudo o que se pensa nas redes sociais. Elas servem mais como cartão de visitas, álbum de fotografias, troca de amabilidades. Mais do que isso deve ser tratado por e-mail, ou telefone.
                            A escolha dos “amigos” que aceitamos deve ser criteriosa e não devemos hesitar em descartar aqueles que nos desagradam com suas postagens, suas fotos e seus comentários desagradáveis, ofensivos e maldosos.
                          Cada um sabe o que procura no mundo virtual. O segredo é se juntar somente àqueles que buscam coisas semelhantes e enriquecem nossos momentos diante do computador.
                          É bom que saibam que “quem cala consente” não se aplica nessa situação. A gente cala porque é educado, porque não gosta de baixaria, mas isso não quer dizer que a gente concorde, ou esteja aprovando certas coisas que publicam nas redes sociais.
                            Para diminuir a indignação temos dois caminhos: ou manifestamos abertamente nossa opinião, ou mudamos de turma...
                           A escolha é sua.



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