sábado, 25 de agosto de 2012

FILHOS - TER OU NÃO TER?


 
            Assunto velho como o mundo e sempre inconclusivo.
         Dizem que quem casa não pensa e quem pensa não casa. Exagero? Radicalismo? Não sei.
          E quanto aos filhos? Será que pensamos ao tê-los ou não?
          Embora seja um assunto de domínio público, uma vez que quase todo mundo tem filhos, penso que cada caso é um caso e devem ser respeitadas as motivações (ou a falta delas) para se colocar ou não um serzinho totalmente dependente em nossa vida e alguém que ocupará a prioridade número um em todos os nossos planos para o resto da vida. Radicalizei? Será? Olha que é assim mesmo!
          Podemos pensar que alguém opte por não ter filhos por puro egoísmo. Por não ser capaz de renunciar às suas conquistas na vida e ao seu direito de ir e vir quando e para onde quiser.
          Como também pode ser que alguém resolva ter filhos para mostrá-los aos amigos, para encher a casa de brinquedos e porta-retratos, para ter quem cuide de si no ocaso da vida.
          Há também quem tenha filhos apenas porque não soube ou teve preguiça de evitá-los, sempre achando que esses deslizes só acontecem com os outros.
          E, por que não dizer, muitas mulheres estão tentadas a aumentar a família diante da perspectiva de ficarem seis meses em casa ganhando seu salário. Assim como outras fazem filhos para extorquir o pai deles pelo resto da vida. Verdade ou mentira?
          As mulheres, a maioria delas, têm uma "fase bebê" difícil de controlar. É aquele período em que os hormônios nos arrastam para os carrinhos de bebês que passam, para as vitrines de roupinhas pequeninas e para os fofíssimos das capas de revistas. É natural, é assim que acontece desde que o mundo é mundo e, se temos uma união estável, um salário suficiente, uma rotina possível e uma vontade louca de segurar um bebê que seja nosso, por que evitar?!
         Só não podemos esquecer que os encantadores bochechudinhos crescem, exigem, discutem e precisam de quem tome conta deles, cada vez mais, por muito tempo.
         Não dá pra manter a mesma rotina de solteiros, ou de casal sem filhos. As prioridades mudam, o tempo escasseia, as frustrações se acumulam, o corpo modifica, o lazer se altera radicalmente e, com tudo isso, a maturidade do casal é fundamental para evitar as brigas e acusações mútuas.
         Compensações têm várias. Homenagens na escola, beijos, declarações de amor, perninhas pequenas enfiando-se debaixo das cobertas, perguntas inocentes, cabelos em desalinho, mãozinhas meladas fazendo carinho, histórias repetidas, canções de ninar, amor por todos os poros. Não é pouca coisa.
         Então, o ideal é que só se tenha filhos quando se tiver disposto a criar uma rotina que os inclua e a valorizar seu tempo com eles mais do que aquele tempo gostoso sozinho ou com os amigos.
        Pra não dizer que não me posicionei, digo que a maternidade está de tal forma diluída nas minhas células que não sei como teria sido a minha vida sem meus meninos.
        Por outro lado, nunca pensei em tê-los para preencher lacunas na minha vida, uma vez que sempre tive uma vida interior riquíssima e produtiva e coisas para ler, para escrever, para assistir, para ouvir e para fazer não faltariam nos meus dias.

         Agora, que bom que os tive!
        


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